Alzheimer – 10 regras de ouro para apoio domiciliário (Parte II)
(continuação do artigo anterior sobre Alzheimer)
Regra 6: Não leve a mal o seu comportamento ilógico ou incoerente
Os transtornos de comportamento que se podem manifestar não são direcionados contra alguém em particular mas o doente não faz isso de propósito para incomodar alguém. É a sua forma de reagir a uma situação que já não domina.
Regra 7: Organize a sua vida rotineiramente
Todos sabemos que o doente perde a memória pouco a pouco, o que significa que ele é incapaz de aprender novas maneiras de agir. Por exemplo, cada um de nós tem os seus próprios costumes quando se trata de lavar, vestir, comer porque é a nossa rotina. Temos que usar ao máximo a rotina que o doente elaborou ao longo de sua vida, mantendo-a e evitando inovar: fazer sempre as mesmas coisas, na mesma ordem, no mesmo lugar e ao mesmo tempo porque facilita a vida do seu paciente e a sua.
Regra 8: Prepare-se para tomar decisões em seu lugar
O doente tinha responsabilidade total ou parcial por decisões relacionadas à vida familiar e, sempre, decisões sobre a sua própria vida. Vai chegar um momento em que o seu estado não permitirá mais que ele tome essas decisões. O peso das decisões recai sobre o cuidador e/ou os familiares. Vamos percebendo que as decisões são várias e diferentes: algumas dizem respeito à gestão económica do lar, outras são relativas à vida em comum e às crianças.
Existem também decisões “médicas” que afetam a própria vida do doente: autoriza uma internação hospitalar ou uma intervenção? Deve participar de um estudo terapêutico? De qualquer forma, encarar uma decisão difícil sozinho é angustiante. Se o doente tem família, envolva-os no processo de tomada de decisão. Assim, a família pode discutir, pesar e compartilhar responsabilidades.
Regra 9: Simule situações que possam ocorrer
É sempre difícil reagir de forma eficaz a uma situação imprevista e improvisar, especialmente num contexto stressante, pode ser prejudicial. Vamos dar um exemplo. O doente saiu para ir à mercearia mas passaram três horas e não voltou para casa. Será que se perdeu? Devemos ir procurá-lo? É melhor esperar que regresse? Quem deve ser notificado? Ligamos para os hospitais? A policia? Se pensar sobre estas possibilidades, estará melhor preparado para enfrentar a situação.
Informações a ter em consideração: Número de telefone da esquadra mais próxima para relatar seu desaparecimento; uma foto recente para ajudar a identificá-lo; ser capaz de descrever como estava vestido. Pensar nas situações que podem ocorrer e saber como agir reduzirá a sua angústia e, se a situação ocorrer, a eficácia de suas decisões aumentará.
Regra 10: Cuide-se
Nunca será repetido o suficiente porque aceitou enfrentar uma situação difícil, de coração e com todo o amor que sente pela função que está a desempenhar. Mas esta atitude não lhe dará força física para prestar os cuidados e atenção que devem ser dispensados durante as 24 horas do dia. A pessoa que cuida de um doente com Alzheimer no domicilio passa uma média de 8 horas por dia, todos os dias da semana. Deve ter tempo para dormir ou apenas para descansar. Se não o fizer, como vai ser o seu humor? Como serão suas reações quando o paciente cometer um erro? Qual será a qualidade dos cuidados que lhe dará?
Para mais informação visite a página da Associação Alzheimer Portugal